sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Oyá




África
Na Mitologia Yoruba, o nome Oyá provém do rio de mesmo nome na Nigéria, país que faz parte da Iorubalândia, atualmente chamado de rio Níger. No entanto, não se trata de uma divindade das águas, mas da Senhora dos ventos, raios e tempestades, elemento fogo, seu metal é o cobre. Também chamada de Oya-Yánsàn.
O seu culto está associado à morte e aos ancestrais, por saber lidar com os eguns, é ela que os encaminha, manifesta-se nos rituais de Àsèsè ou Axexê em português.
Foi espôsa de Ogum e posteriormente uma das três mulheres de Xangô.
Oyá é aquela que divide com Xangô o axé de soltar fogo pela boca e o acompanha nas batalhas, tendo alcançado ao seu lado grandes vitórias.
Oferendas: àkàrà ou acarajé, ekuru e abará.

Brasil

Oyá-Iansã - escultura de Carybé em madeira
Bahia, Brasil
Oyá é um Orixá africano, cultuado no candomblé e muitos seguimentos de religiões afro-brasileiras, sua saudação é Iyá Mesan Òrun mãe dos nove oruns (espaços) e Èpa heyi!.
Os devotos costumam lhe oferecer sua comida favorita, o àkàrà (acarajé), ekuru e abará solicitando auxílio nas mais diversas questões, principalmente as ligadas à justiça, por sua proximidade com Xangô e proteção, em especial contra os eguns.
No candomblé sua côr é o vermelho, leva chifres de búfalo ou boi na cintura e utiliza o irukerê, instrumento ritual feito de rabo de boi ou burro com o qual direciona os eguns, os espíritos dos mortos. Por sua atuação junto aos eguns está intimamente ligada aos mistérios da morte e aos orixás nanã, Omolu e Obaluayê. Inhansã ou Oiá, como é também chamada no Brasil, é uma divindade da Mitologia Yoruba associada aos ventos e tempestades, fazendo parceria com Xangô, o senhor dos trovões.
Inhansã outro nome pela qual é conhecida e cultuada, principalmente por sua ligação com a morte, pois compete somente a Inhansã o poder de conduzir os eguns (espíritos dos mortos), para longe ou perto dos seres vivos.
É um orixá também muito guerreiro e imponente. Em sua dança faz menção aos movimentos rápidos e repentinos dos ventos, usando um irukerê (cetro pequeno feito de cauda de boi ou cavalo) para espantar maus espíritos.

Arquétipo
Segundo sua mitologia, os filhos de Inhansã são pessoas agitadas. Diretos no que querem, não escondem sentimentos de ninguém. Uma grande ofensa é a agressão de qualquer espécie aos seus filhos. O agressor terá um adversário até a morte.
Seriam pessoas propensas a dar grande guinada em suas próprias vidas, a qualquer momento, sem se importar com ninguém. Não gostam de se prender a ninguém pois são livres como o vento.

Lenda
Estavam todos os orixás, divindades do panteão Yoruba, reunidos em uma grande festa até que chegou Omolú. Durante todo o tempo, Omolú ficou num canto sem dançar.
Inhansã, inquieta com tal situação, aproximou-se do senhor, que usava uma roupa de palha cobrindo o rosto (e que deixava Inhansã mais intrigada ainda) e o convidou para dançar. Inhansã dançou tão rápido que vento proporcionado por seus giros levantou a roupa de Omolú que, para surpresa de todos, era um homem de extrema beleza.
O reconhecimento e admiração de todos por Omolú o deixou muito feliz, pois anteriormente era muito desprezado. Por gratidão a Inhansã, Omolú ofertou-lhe parte de seu poder, dando a Inhansã a capacidade de conduzir os eguns dançando com seu irukerê. E inhansã tornou mais poderosa e adorada.

Cultura afro-brasileira
Em Salvador, Oyá ou Iansã é sincretizada com Santa Bárbara que é madrinha do Corpo de Bombeiros e padroeira dos mercados, é homenageada no dia 4 de dezembro na Festa de Santa Bárbara da Igreja Católica, é um grande evento sincrético, composto de missa, procissão feita por católicos e praticantes do Candomblé além das festas nos terreiros, o caruru de Iansã, samba de roda e apresentação de grupos de capoeira e maculelê.

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